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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Nesta semana comemoramos 20 anos da queda do muro de Berlim, um fato que mudou a Alemanhã e a Europa



Dominós foram confeccionados para representar a queda do muro de forma artística


Visão do muro antes de ser derrubado


Ontem fui convidada a participar da Campanha Global pelo banimento do Amianto na Assembléia Legislativa de São Paulo.
Vi que temos no Brasil que derrubar diversos muros: o da hipocrisia, da política suja que nos ronda em todo território nacional.
Nem o direito de retirar resultados de exames em hospitais, tem sido realizados devido a interesses de grandes firmas onde burlam o resultado ( no caso do Amianto mais precisamente), desviando sua responsabilidade.
Na Campanha Global pelo banimento do amianto estava presente, Laurir Kazan Allen representante da Grâ Bretanha que trabalha juntamente a ABREA - Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto


O lançamento da campanha Mesotelioma, é uma iniciativa do deputado estadual Marcos Martins (PT) e da liderança do partido na Assembleia Legislativa.
A atividade começou às 17:40, no Auditório Teotônio Vilela, na Alesp, e contou com a presença da líder internacional do Ban Asbesto e da repórter de série sobre amianto e saúde, Conceição Lemes, representantes da Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto).
O objetivo da campanha é levar informações à sociedade e setores da saúde pública e privada, além de estudantes e trabalhadores, a respeito desse tipo de câncer que faz vítimas em todo o país e decorre o uso de produtos que contem amianto, substância nociva à saúde humana e que causa vários tipos da doença.
O deputado estadual Marcos Martins é autor da Lei 12.684/07 que proíbe o uso do amianto no estado de São Paulo.
Presentes na campanha o INCA (Instituto Nacional de Câncer) e nomes importantes da luta pelo banimento do amianto em todo o mundo como René Mendes, Eduardo Algranti, Susana Mulhman da Superintendência de Buenos Aires, responsável pela substituição do amianto em prédios públicos da municipalidade portenha.
A professora aposentada da Mocroeconomia da USP, Dra. Renata Zoudine, viúva de engenheiro que trabalhou por quatro anos na Eternit e morreu em decorrência de um mesotelioma de pleura, também participou da atividade como representante das famílias que perderam parentes vítimas do amianto.
A Secretaria Estadual da Saúde/Vigilância Sanitária, hospitais públicos e particulares, centros de referência em saúde do trabalhador, universidades, profissionais da saúde, Fundacentro, Incor, secretarias municipais de saúde, CUT, Força Sindical, sindicatos, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-Econômicos, além da população em geral, estiveram no evento.
“A informação é uma grande arma contra essa doença [mesotelioma] e outras mais causadas pelo amianto, sério vilão da saúde humana.
Queremos provocar um despertar coletivo para o problema e conscientizar a população da seriedade da doença e também da importância de se buscar um diagnóstico precoce, o que aumenta a chance de sobrevida. E mais, queremos que esse levante, essa campanha, sensibilize os grandes empresários a entrar na luta pelo banimento do amianto junto conosco. A lei paulista já existe, vigora, mas acabar de fato com o asbesto depende da união de forças de toda sociedade. Esse é um momento precioso e essa campanha é uma bandeira fundamental para isso”, destaca Marcos Martins



As telhas de amianto - O barato que sai caro !!






A fibra maligna e assassina que mata impiedosamente os expostos ao amianto já foi banida nos diversos países mais avançados do mundo, tendo sobrevida no Brasil ao entendimento de que se trata de setor rentável e que gera empregos, apesar dos riscos conhecidos, que continuam vitimando trabalhadores, levando-os à morte, sendo que o diagnóstico no geral tem demorado em média de 10 a 20 anos para aparecerem os sinais da doença e seqüelas, mas quando aparece o tempo de sobrevida tem sido muito curto, curtíssimo.


O objetivo da Conferência Internacional é de dar visibilidade às doenças relacionadas ao agente maligno da morte, sensibilizando a sociedade para que exijam de nossas autoridades as medidas pertinentes ao banimento do amianto no Brasil, dando-se assim prevalência à vida saudável, ao invés da prevalência ao mero interesse especulativo do lucro fácil e a qualquer custo, com marketing maqueado para disfarçar a realidade.


João Carlos Duarte Paes
Ao longo da história, a humanidade desenvolveu soluções que a ajudaram a prosperar. A evolução é marcada pela melhoria da solução anterior ou a criação de uma nova que a substitua com maior eficácia.
Durante a Pré-História, por exemplo, a pedra era a principal matéria-prima na fabricação de ferramentas. Com o passar do tempo, o homem descobriu como utilizar metais para os mesmos fins ao desenvolver atividade capaz de estudar e até modificar matérias-primas, conhecida hoje como química.
O fogão primitivo surgiu praticamente junto com a descoberta do fogo. Consistia em um buraco no solo onde se acendia o fogo e se colocavam os alimentos. A seguir, o homem aprendeu a construir fogões de barro e depois o de metal, movidos à lenha, mas apresentavam problemas, uma vez que não existe fumaça boa e fumaça ruim - fumaça inalada sempre será prejudicial aos pulmões.
A lenha foi substituída por carvão e, atualmente, contamos com fogão a gás e elétrico.Em 1880, Thomas Edison desenvolveu a primeira lâmpada incandescente utilizando uma haste de carvão que aquecida passava a emitir luz. A necessidade de maior durabilidade e rendimento nos trouxe a lâmpada como conhecemos hoje com filamento de tungstênio.São inúmeros os produtos e soluções que evoluiram pela necessidade humana, seja por qualidade, desempenho ou segurança.
O amianto é um exemplo. Trata-se de uma fibra mineral natural sedosa. O nome tem origem latina (amianthus), que significa sem mácula ou incorruptível. A palavra se refere às principais propriedades desse material: alta resistência mecânica e a altas temperaturas, a produtos químicos e a microorganismos, boa capacidade de filtragem e de isolamento elétrico, térmico e acústico, afinidade com outros materiais para compor matrizes estáveis (cimento, resinas e ligantes plásticos).
O produto é conhecido e utilizado desde a Antigüidade. Com o advento da Revolução Industrial no século XIX, o amianto foi à matéria-prima escolhida para isolar termicamente as máquinas e equipamentos e foi largamente empregado, atingindo seu apogeu nos esforços das primeiras e segundas guerras mundiais.
Todavia, a evolução contínua e crescente dos conceitos científicos comprovando os efeitos maléficos à saúde humana, demonstram que as doenças relativas à exposição ao amianto in natura, inclusive o crisotila, ou pelos produtos que o contém, podem se manifestar até 40 anos após.
Até a década de 90, o amianto foi largamente utilizado pela indústria, principalmente na fabricação de telhas, caixas d'água, guarnições de freios, revestimentos de discos de embreagem, vestimentas especiais, materiais plásticos reforçados, termoplásticos, massas, tintas, pisos vinílicos, entre outros que já não o usam mais, já que os comprovados riscos desse mineral à saúde se tornam mais estudados e evidentes e alternativas válidas surgiram.
Parte das indústrias de fibrocimento, ainda relutam pela sua substituição. Acreditamos que o risco zero é sempre melhor que o mínimo risco. O amianto é hoje considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e 48 países baniram seu uso, inclusive Chile, Argentina e Uruguai.
O Brasil ainda não figura nessa lista, apesar de contar com tecnologia nacional de ponta e soluções alternativas que substituem o amianto, estando apto a cumprir a Convenção 162 da OIT, que determina a substituição do amianto quando houver tecnologias alternativas, avaliadas cientificamente e aprovadas pela autoridade competente, e definidas como inofensivas ou menos perigosas.
Em julho de 1988, especialistas participantes de um Seminário Nacional Sobre Exposição ao Asbesto (Brasília-DF), concluíram que não existia tecnologia e insumos confiáveis para a substituição do amianto, justificando dessa forma a manutenção controlada do uso do mineral. Hoje isso mudou, contamos com tecnologia e insumos analisados e aprovados pelo Ministério da Saúde e recomendados para substituírem o amianto, resguardando qualidade e bom desempenho, nos produtos de fibrocimento.
Estamos nos referindo ao PVA (poli álcool vinílico), produzido no Japão e na China e o Polipropileno (PP), produzido no Brasil, com tecnologia local referendada por órgãos nacionais e internacionais. O PP é a resina plástica que mais cresce no mundo, atende os requisitos do Ministério da Saúde, além de ser 100% reciclável.
Essa realidade vai de encontro ao objetivo da Abifibro que é a defesa do uso dos produtos de fibrocimento no Brasil e em outros países, fabricados com tecnologia e insumos ambientalmente responsáveis e reconhecidamente seguros, com relação à saúde, tanto no processo de produção, como na utilização pelos consumidores;Atualmente, no País, existem em vigor leis estaduais que proíbem o uso do amianto e dos produtos que o contém, em Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, além de inúmeras legislações municipais, no mesmo sentido. Em São Paulo, o governo editou lei similar em julho (Lei nº. 12.684/07, de autoria do Deputado Marcos Martins (PT).
Sempre que solicitados, prestamos esclarecimentos sobre o assunto no intuito de disseminar a tecnologia e os insumos seguros à saúde humana disponíveis no Brasil. O amianto teve seu papel. Entretanto, a hora é de evoluir e colocar o Brasil nos patamares mundiais de competitividade sustentável, nos quais a responsabilidade em produzir com segurança, eficiência operacional, preocupação ambiental e valorização das pessoas é pressuposto em qualquer atividade econômica.
João Carlos Duarte Paes Presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento - ABIFibro.



De se ponderar que dentre os malefícios causados à saúde do trabalhador exposto ao amianto um dois que mais se sobressaem é o mesotelioma - um câncer agressivo – incurável, fatal e que atinge indistintamente trabalhadores e aqueles indiretamente e/ou ambientalmente expostos, que não tem relação com o fumo, com tempo de exposição e nem com a concentração de poeira no ar.
Seu prognóstico é sombrio, levando ao óbito quase a totalidade dos pacientes em menos de um ano.Algumas novas técnicas terapêuticas têm permitido uma melhor sobrevida, mas ainda não há cura para este câncer mortal.
Que tal dar uma olhadinha em sua casa: suas telhas, tubulações...o barato sai caro - pense nisso .
Jujah