Hoje é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de
A semana dentro da qual está o dia 20 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
Para encerrar o Ano da França no Brasil no Estado da Bahia, aconteceu um encontro único entre a bossa nova brasileira e a música francesa, no show “Planète Nougaro – Toulouse em Bossa”, do cantor e compositor baiano radicado na França, Paulo Costa.
Foi a primeira vez que Costa voltou a cantar em sua terra natal depois de cerca de dez anos de ausência, apresentando, no Espaço Cultural da Barroquinha, no Centro de Salvador, um repertório que transitou entre composições próprias e versões para músicas do lendário artista toulousano Claude Nougaro e do monumento da canção francesa, Henri Salvador.Espécie de embaixador da Bossa Nova na França, este baiano de Itapetinga, criado em Santo Amaro e que viveu muitos anos em Toulouse, é um dos mais fervorosos propagadores da música brasileira em terras francesas, e da sua inevitável mistura com a chanson française.
Na concorrida noite de encerramento do Ano da França no Brasil, Paulo Costa tocou para uma sala repleta de convidados e admiradores um repertório misto, interpretando-o com sua peculiar voz suave, elegante e modulável, com uma afinação impecável
“O show se chama “Toulouse em Bossa” por conta da versão que eu fiz da música Toulouse, composta por Claude Nougaro, que é uma espécie de hino dele, tal como é para nós Garota de Ipanema ou Aquarela do Brasil”, começa a explicar Paulo Costa.
“Nougaro é muito famoso na França e é conhecido por fazer versões de músicas brasileiras, como Viramundo, O Que Será que Será e Berimbau. E eu trouxe Toulouse para português em forma de bossa nova, que ele cantava num tom quase marcial, para um lado mais baiano, mais tranquilo”.
Assim, a noite foi uma espécie de apoteose do evento que fomentou a cooperação e os intercâmbios binacionais entre a França e o Brasil, principalmente os de natureza cultural. A plateia experimentou gratas e emocionantes surpresas, como a presença da poetisa e escritora Mabel Velloso, primeira professora de Costa.
Toulouse
Era uma primeira vez também para Paulo Costa, que pela primeira vez cantaria em sua terra, depois de aportar de uma turnê europeia de mais de 100 mil espectadores.
Com o auxílio luxuoso de uma banda inteiramente formada de músicos baianos consagrados – Ivan Huol na bateria; Paulo Mutti na guitarra; Ubiratan Marques nos teclados e Marcos Sampaio no contrabaixo –, o cantor e compositor cumpriu a intenção que tinha ao propor o concerto: “fazer uma ponte entre os artistas de ambas nacionalidades, como uma maneira de estreitar os laços, principalmente os culturais, entre o Brasil e a França”.
“É uma honra encerrarmos o Ano da França no Brasil”, declarou Luciana Valeo, produtora do espetáculo. “Fomos convidados pela Fundação Gregório de Mattos e sem o apoio fundamental do CulturesFrance e do Ano da França no Brasil, não teria sido possível este reencontro entre um artista baiano radicado na França com sua terra e sua cultura”.“Foi uma noite ímpar”, classificou a assistente social Angélica Ribeiro.
“Foi muito interessante essa mescla da música francesa com a brasileira e também ver as duas línguas cantadas juntas. Tomara que o encerramento do Ano da França no Brasil seja um verdadeiro começo deste intercâmbio que ele proporcionou entre os dois países”, completou.
“É uma alegria muito grande estar aqui para ver que meu aluno se tornou um homem de sucesso. O menino cresceu, se tornou famoso e representa nosso País”, colocou Mabel. Para ela, o Ano da França no Brasil significou esta oportunidade única de juntar os dois países, separados por “um oceano de saudades e possibilidades”. “A gente tem no Brasil a beleza do que é novo. Isso se une à beleza do antigo, da Cidade Luz, e tudo isso vira muita luz para todos”, filosofa a poetisa.
No show, Costa cantou duas músicas que fez baseadas em poemas de Mabel, Lona Estragada e Anoitecendo, como forma de homenagear a ex-professora primária. Ao final da homenagem, ele oferece a ela um ramalhete de rosas brancas. Além de Mabel, também estava sentada na audiência Dona Naná, mãe do cantor e compositor, que pela primeira vez veria o filho atuar no palco. “É uma emoção muito forte, nunca vi meu filho no palco antes”, disse a senhora, minutos antes de começar o espetáculo. Para ela, Paulo Costa cantou Fuxico, escrita para lhe celebrar, e também deu um ramalhete de rosas.
Após passagens de sucesso em Ilha das Cobras, São Gonçalo e Graúna, a comunidade do bairro da Ponte Branca, em Paraty (RJ) será mais uma a ser visitada, no dia 21 de outubro, pelo projeto franco-brasileiro Cinema Itinerante.
O evento, que integra as celebrações oficiais do Ano da França no Brasil, é uma co-realização entre as ONGs Cineclube Paraty e o Cine Bus, que tem como objetivo levar o cinema às periferias da cidade histórica da região sul fluminense.
O projeto, inaugurado no dia 14 de novembro e com duração até 27 de novembro, passará por sete comunidades paratienses onde uma grande parte de suas populações nunca teve a oportunidade de assistir a um filme em tela grande. Para isso, foi trazido da França uma tela inflável de 12 x 8 metros e um pequeno projetor portátil de 35 mm com uma lâmpada de 2.600 watts, transportado em um caminhão de baú pequeno.
Em cada apresentação, são exibidos três filmes de uma seleção de quatro: “O Garoto” (The Kid), de Charles Chaplin, o curta-metragem brasileiro “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, o francês “Microcosmos – Fantástica Aventura da Natureza” (Le Peuple de l’herbe), de Claude Nuridsany, e “O Rei e o Pássaro” (Le Roi et l’Oiseau), de Paul Grimault.Bernardete Passos, membro do Conselho do Cineclube Paraty, explicou que o projeto nasceu da admiração de sua associação pelo trabalho do Cine Bus, e pelo desejo de ter uma estrutura semelhante na cidade, que só conta com uma sala uma vez por semana – na Casa da Cultura, localizada no Centro Histórico.
“Nossas duas ONGs nutrem uma forte amizade e conseguimos viabilizar a vinda deles graças ao Ano da França no Brasil. Trazer cinema com tela grande e filmes de qualidade em Paraty é novidade, mais ainda por ser nos bairros. Sem o apoio do Ano da França no Brasil, esse evento não aconteceria”, afirmou.
O diretor-geral do Cineclube Paraty, André Góes, explicou que desde o início da fundação da ONG o objetivo era levar o cinema a locais que nunca tiveram possibilidade de acesso. “Através da parceria com o Cine Bus e com o contexto do Ano da França no Brasil conseguimos colocar esse sonho em prática.
O cinema tem o poder de tocar e emocionar as pessoas. Queira ou não, ele te faz refletir sobre a vida. Se bem utilizado, é um grande instrumento pedagógico de transformação”, disse Góes.Por sua vez, o representante do Cine Bus, Bernard Seyssel, que comandava as projeções, explicou que esta é a primeira vez que o Cine Bus realiza um projeto fora da França.
“Começamos há 25 anos da mesma maneira que o Cineclube Paraty, o que nos sensibilizou muito a participar. Hoje somos uma federação de 35 cidades centradas na região Ródano-Alpes e exibimos filmes em todas as partes do ano. Para nós, estar em Paraty é uma grande aventura e fizemos questão de trazer parte da estrutura para cá, usar nosso equipamento e experiência. O som foi comprado aqui e ficará com o CineClube”, disse Seyssel, que espera voltar logo ao Brasil para repetir a experiência.
O responsável pela ponte que intermediou as negociações entre as duas ONGs foi o francês David Chaigne, representante associação Eloisa de Mediações Culturais. Segundo ele, a amizade foi uma palavra-chave para conseguir concretizar o projeto.
“Conheço membros das duas associações e há tempos já se cogitava essa parceria. Em 2008, vi que isso era viável graças à oportunidade do Ano da França no Brasil. Não foi fácil, pois precisamos trazer o equipamento da França, uma estrutura grande e onerosa. Tomara que estejamos instigando em alguns desses meninos a vontade de, quem sabe um dia, montar um cineclube”.
O sargento do Corpo de Bombeiros e líder comunitário da Ilha das Cobras Hubert da Silva, ressaltou a importância do evento para a população local. “Esse evento em nossa comunidade é muito importante, pois nos traz lazer e alegria. Aqui somos muito carentes nesses aspectos. Quem quer assistir ao cinema só tem uma opção no centro histórico bem de vez em quando.
Outra solução é viajar para Ubatuba ou Angra dos Reis, cidades mais próximas”, afirmou.Cinema Itinerante foi realizado pela Prefeitura de Paraty, Cineclube Paraty, Cinebus e Eloisa –Associação de Mediações Culturais. Contou com o apoio de Culturesfrance, Cine Cinemateca, MK2, CNC (Centre National du Cinéma et de l’Image Animée), região Ródano-Alpes, Governo Federal do Brasil e República Francesa.
Um ótimo feriado a todos
bjs JuJah